Já perdi a conta...
Já perdi a conta às vezes em que me perguntaram: “Não te casas?”, “Então não arranjas ninguém?”
Como se o facto de estar sozinha fizesse de mim menos pessoa, menos gente. Não sou, nem nunca fui apologista da solidão. Mas sou apologista do estar bem só e tranquila comigo própria. São coisas totalmente diferentes. Bastar –me e não precisar de algo ou alguém para preencher algum vazio dentro de mim, algo ou alguém para Eu me sentir completa. Noto que isto é para muita gente um conceito estranho... Estar completa sozinha...
“Não fiques triste, hás-de encontrar alguém que te faça feliz!”
Mas porque raio não posso ser feliz sozinha? Desde quando é que para se ser feliz tem que se depender de algo que não depende de nós próprios? Porque é que é assim tão estranho estar bem sozinha? Sem ter nenhuma relação amorosa? Bem, com a quantidade de separações que já vi à minha volta, ou mesmo as uniões de circunstância, não me parece que a dois também seja o caminho da felicidade.
O “caminho da felicidade” só não é fácil. Longe disso! Estar só assusta. Foi terrífico quando eu não me tinha aceite como sou com a minha história, os meus erros, enfrentando os meus medos, aceitando as minhas limitações, lidar com as frustrações.
Claro que há noites que gostava de partilhar, dias que gostava de dividir. Partilhar-me completa e não refugiar-me numa relação para tapar os buracos da alma... Mas não tapa buraco nenhum, apenas os aumenta quando as coisas não resulta. É como um remendo mal cosido.
Se eu não estiver bem comigo mesma, como poderei estar bem com outra pessoa a meu lado? Os medos, as frustrações indecisões vão contaminar quem está a meu lado. “Eu sou uma óptima companhia para mim mesma e não me importo de a partilhar com mais alguém” pode parecer presunção da minha parte, mas como dizia um anúncio há uns anos: “se não gostar de mim, quem gostará?”
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