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Universe Blast

Universe Blast

Desde quando a erva passou a ser mainstream?!

Estava eu outro dia muito sossegadinha a ver a série com a Lilly Tomlin e a Jane Fonda quando de repente me apercebo: “A erva deixou de ser uma coisa chunga! É completamente mainstream!”

É verdade que já tinha sido uma “personagem de relevo” em séries como “Californication” ou “Weed” – o nome não engana tal como o algodão - mas estas séries eram um tanto ou quanto marginais, e a erva manteve sempre o seu quê de ilícito, má reputação...

Ora o meu espanto foi que tinha à frente (no ecrã da televisão entenda-se) duas senhoras de provecta idade a fumarem um charro!

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Não me interpretem mal (ou interpretem, como queiram), não estou aqui a fazer nenhum juízo de valor sobre o consumo dos sucedâneos do cânhamo. Aliás até acho que a postura da sociedade face a este tópico é um bocado hipócrita. Mas isso será tema para outro post.

O que acho piada e algo arrojado nesta série é o facto de ser protagonizada por duas senhoras na casa dos 70 anos – Jane Fonda e Lily Tomlin - e mesmo entre algumas queixas de reumático e falta de audição (selectiva) por parte das personagens, não são chatas, monótonas como muitas vezes os séniores (“terceira idade” já é uma expressão muito démodé) é retratada.

Quando estão a lidar com um drama complicado na sua vida pessoal, ou porque é sábado à noite e precisam de relaxar, ou porque a série se passa nos EUA e Woodstock fez parte da sua juventude, ora não é que as senhoras consomem “ervas terapêuticas”. Contudo, não deixam de focar os problemas de adição, o qual afecta o filho de uma das personagens (não de forma dramática).

Será que a sociedade, os argumentistas estão a deixar de ser tão hipócritas e a repercutir padrões perfeitamente estereotipados, para algo mais próximo da realidade? Quem tem 70 anos parece que já não tem que usar carrapito na cabeça, ser avozinha/o que leva os netos aos tempos livres e dá conselhos sábios e ponderados aos jovens em momentos de inquietação espiritual.

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É interessante uma série de televisão mostrar alguém a consumir “ervas terapêuticas” e não ser um meliante. (Aliás beber um copo de vinho por semana não faz de ninguém alcoólico, pois não?)

Não estou a fazer a apologia do consumo do que quer que seja, mas estou contente pelas séries de TV não serem tão estereotipadas como costumavam ser.