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Universe Blast

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Natal sem bacalhau não é Natal!

O fiel amigo que não pode faltar na Santa Consoada. (Que de Santa só tem o nome, pois as festividades eclesiásticas natalícias passam ao lado da maioria dos mortais.)

 

Não sou a  portuguesa típica, pois como bacalhau mas não amo... É daquelas coisas que como porque sim... No entanto, parece que para muito boa gente Natal sem Bacalhau não é Natal. O ano até corre mal se houver um bacalhauzinho à mesa nesse dia.

 

Este ano ouvi, de duas amigas diferentes, as situações mais caricatas em relação ao bacalhau na Ceia de Natal.

 

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Vamos à primeira crónica

 

Uma delas divorciou-se à pouco tempo, tem uma filha pequena e está a adaptar-se à nova situação de criar rotinas sozinha. Nunca fui casada, não tenho filhos, mas acredito que é necessário tempo para uma pessoa se adaptar à nova situação. Agravando a situação, a mãe dela teve que ser operada, está acamada e encontra-se em convalescença.

 

Portanto, a juntar às necessidades de uma criança de 3 anos, ela passou a ter a seu cargo durante umas semanitas valentes um adulto com mobilidade reduzida. O dia a dia dela passou a ser qualquer coisa como: acordar, tratar dela, da filha e da mãe acamada, sair de casa, apanhar trânsito, infantário, trabalho, supermercado, médico, fisioterapia, casa, arrumar a casa, preparar refeições, brincar, tratar do adulto acamado, por a filha a dormir, preparar o dia seguinte, dormir, e repetir tudo outra vez...

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Ora, porque é que que eu faço esta introdução? Pois a família decidiu que o que fazia sentido era o Natal ser em casa dela. Quando ela obstou e tentou explicar que era complicado para ela estar a preparar a ceia sozinha, a resposta indignada da família foi: “Não sei porque é que estás a criar dificuldades, é só pôr uma posta de bacalhau a cozer!

(Ah, como é lindo o Espírito de Natal!

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Juro que se me dessem esta resposta, na ceia de Natal tinham de facto UMA posta de Bacalhau à mesa, juro que tinham!

Uma posta do fiel amigo e nada de batatas, couves, ovo, cenoura ou sei lá que mais se come com o dito cujo. Queijinhos, enchidos, pão e patés para a entrada: esqueçam! Fora com as azevias, fatias douradas, coscorões, filhoses, sonhos, aletria e bolo rei para alambazar durante o serão. Ah e após a refeição não é preciso arrumar a mesa, tratar da loiça e arrumar a casa... Porque para a Ceia da Consoada é só pôr uma posta de bacalhau a cozer...

 

E vamos à segunda história...

 

Era uma vez um casal que por motivos profissionais viajava imenso de avião. Viajam tanto que acumulavam milhas e milhas e milhas. Acumularam tantas ou tão poucas milhas que há uns meses, no Verão, ela (a minha amiga) viu que tinham o suficiente para 4 viagens a Nova Iorque por altura do Natal. Ou seja, toda a família (o casal e os dois filhos) podia viajar para Nova Iorque à borla. Sim, isso mesmo, não precisavam de comprar um único bilhetinho de avião - que são para lá de caras nesta altura do ano.

 

Quando a minha amiga descobriu esse “belo presente” que tinha acumulado ao longo dos últimos meses, foi a loucura, ficou em êxtase. “Podemos passar o Natal em Nova Iorque! Andar de patins em frente ao Rockfeller Center, subir ao Empire State, ver as montras da 5ª Avenida, o Central Park com neve!” 

 

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Até eu que não aprecio por aí além a data, sonho com estar na Big Apple por estes dias! Havia que partilhar a boa nova com a família! E já imaginava o marido e as filhas a saltarem de emoção e contentamento: “Nova Iorque no Natal!”

Primeiro choque: “Ah Se calhar vai estar muito frio e muita neve”.

Sim, Neve! Levamos roupa quente! Natal com neve em NY, qual postal de ilustrado! Não é maravilhoso?”, contrapõe ela cheia de emoção porque pode passar o Natal em Nova Iorque (não sei se já referi isto e estou a ser repetitiva).

Segundo choque: “Os hotéis devem estar todos cheios ou então são muito caros...

Nova tentativa de encontrar aliados do outro lado da barricada: “Reservamos com antecedência fica mais barato. Além disso não pagamos as viagens, porque temos as milhas. Só temos que pagar a estadia e alimentação.

Alimentação... Oh Meu Deus a alimentação... A refeição na Consoada.
Lá não podemos comer bacalhau na Consoada. E não podemos passar o Natal sem comer bacalhau”

Eh, hum, eh... Como assim? Contra este argumento, o que fazer?

 

Eu acho que em NY ou nas imediações, como Newark, de certeza que haverá algum restaurante tuga com o raio do bacalhau cozido com todos! Mas o que importa é o bacalhau, e a família passa o Natal em terras lusas...

 

Sempre com bacalhau cozido com todos! Ai se falta o bacalhau à mesa. Que não falte o bacalhau. Rai’s parta o raio do bacalhau!!

 

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Os nossos vinhos são dos melhores do Mundo

Bom, que os nossos vinhos são bons, ninguém dúvida, mas é sempre bonito ver a qualidade reconhecida internacionalmente. Foi o que aconteceu com o “Porca de Murça tinto” de 2013 que está entre os 100 melhores vinhos do Mundo na lista da Wine Spectator. Ocupa uma honrosa 39.ª posição e é o vinho mais barato da lista (€2,99).

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Ora se tiverem um jantar que precisem de um néctar especial, o “Porca de Murça tinto” da colheita de 2013 pode brilhar à mesa depois de conquistar corações e palatos por esse mundo fora!

 

Pertença da Real Companhia Velha, "Porca de Murça’"é a marca de vinhos líder de vendas de DOC Douro, com uma produção a ultrapassar os 3 milhões de garrafas. Vamos lá ver se não perdemos a oportunidade de comprar uma garrafinha destas!

 

Neste ranking anual da Wine Spectator são cinco os vinhos portugueses que se destacaram nas provas de 2015: em 16.º o Taylor Fladgate Late Bottled Vintage 2009; em 24.º o Blandy´s Bual Madeira 2002; em 25.º o Quinta do Crasto Douro Superior tinto 2012; em 39.º o Porca de Murça Douro tinto 2013 da Real Companhia Velha; e em 84.º o Duorum Douro tinto 2013.

 

Bottom’s up!

Encontro de ‘Vinho e Sabores’ no próximo fim-de-semana

Já há alguns anos que gosto de ir ao “Encontro com o Vinho e Sabores”, organizado pela Revista dos Vinhos, reminiscências do tempo em que a minha redacção era ao lado dos colegas dos vinhos.

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A edição deste ano decorre a partir desta sexta-feira, 30 de Outubro até 2 de Novembro, no Centro de Congressos em Lisboa, na Junqueira. É o mais antigo e maior evento vínico e gastronómico do país, onde vinhos, gins e outras bebidas destiladas e espirituosas se juntam a sabores nacionais, mas não só, para proporcionar momentos de prazer a quem por lá passar.

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O ‘Encontro com o Vinho e Sabores 2015’ vai a ocupar três pavilhões do Centro de Congressos. A porta de entrada dá acesso ao Pavilhão do Rio onde o vinho é “rei e senhor”. Os gins e outros destilados vão fazer companhia ao vinho, em espaço próprio situado nas galerias.

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Num segundo espaço vão conviver os sabores. Queijos, fumados, enchidos, azeites, doces, delicatessens e muito mais, com os acessórios de vinho e uma zona lounge, onde se pode desfrutar de snacks, de um bom copo de vinho ou, simplesmente, descansar.

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O terceiro pavilhão vai ser o palco de actividades paralelas, como provas especiais, seminários e iniciativas promovidas por entidades do sector.

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Um dos pontos altos deste evento são as “Provas Especiais”: pequenos seminários com provas de vinhos especiais e, em alguns casos, raros e preciosos, orientados por especialistas que ajudam a contar as histórias e a descobrir os segredos que tornam estes néctares ímpares. Este ano são oito e comportam vinhos portugueses, mas também estrangeiros.

 

No site do evento, podem encontrar detalhes sobre a programação e actividades.

Bistrô na Guia: crepes com vista sobre o mar

A Casa da Guia, em Cascais, tem diversos espaços de restauração bem engraçados e com coisas muito apetitosas. Já tinha visitado o Bistrô na Guia, um desses espaços, no Verão, mas há uns dias voltei lá novamente. Mesmo com chuva! Sim, desta vez não fiquei na esplanada com vista para o mar, mas também deu para usufruir da paisagem. E, principalmente, a comida.

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 Adoro crepes! Massa fininha, não muito doce e encher com mil e uma coisas (doces ou salgadas), com uma saladinha ao lado... Yammi! Uma perdição. O Bsitrô na Guia é um espaço ideal para um pequeno-almoço reconfortante, um brunch ou uma refeição ligeira, tem essencialmente crepes e omeletes. Os nomes dos crepes são inspirados em faróis nacionais.

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Desta vez experimentei o Farol Santa Marta com lombo de salmão, alho francês, rúcula selvagem, limão, alcaparras e maionese de gengibre. Como não sou apreciadora de alcaparras, pedi para não as colocarem. A maionese de gengibre não é em excesso e quebra o sabor mãos doce e forte do salmão.

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O grupo ainda eram grandinho e cada um ficou com o seu farol. Outro dos crepes que chegou à mesa foi o Farol Cabo Carvoeiro com frango, queijo emental, tomate cereja, espinafres e maionese de caril. A Because of Reasons provou e adorou.

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Para quem acha que um crepe é almoço para quem não come, então é melhor pensar duas vezes antes de vir aqui. Os crepes são grandes. Sim, são mesmo grandes e acompanhados de salada. Na sobremesa mantivemo-nos fieis aos crepes e o grupo pediu para dividir um crepe com morangos e chocolate e outro com lemon curd e manjericão. E o “vencedor” foi, sem dúvida, o crepe com lemon curd. Simplesmente divinal.

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Bom ainda há uma série de “faróis” que ainda não visitei no Bistrô da Guia, por isso tenho que marcar na agenda mais uma visita para um destes dias.

 

(Nota: as fotos do espaço foram retiradas do site Casa da Guia. As fotos dos crepes são de autoria de moi mesme... )

Brunch com sabor a Oriente

Os brunchs estão na moda. Há muitos uns melhores outros piores, com mais ou menos variedade de optções, mas muitas vezes sobrelotados! E lá temos de andar à procura de um sitio para “brunchar” e com a barriga a dar horas....

 

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Agora há um novo local para aquela refeição que mistura pequeno-almoço com almoço ao fim-de-semana. O restaurante do Museu do Oriente, localizado no 5.º piso, com vista para o Rio Tejo e para a Ponte 25 de Abril, assinala a chegada do outono com o lançamento de um brunch com um toque asiático.

 

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Além das iguarias clássicas de um pequeno-almoço tradicional, como pão, cereais, ovos, croissants e bolos, este brunch inclui propostas gastronómicas asiáticas. Aos sábados e domingos, entre as 12h00 e as 16h30, pode provar-se iguarias como Yakissoba de camarão, Carne de porco assado de Goa, Caril de gambas, Salmão teriaky e Lulas com natas à Goesa. O chef Diogo Fonseca idealizou vários acompanhamentos: pratos de batatas, espetadas yakitoty de frango, quiches variadas, tomates e pimentos recheados e ainda saladas frescas, como a de pêssego e mozarela e a salada de salmão, maçã e aneto. Sandes e tostas estarão igualmente disponíveis, com destaque para a tosta de alho, cogumelos e tomilho ou ainda para a de tomate, brie, presunto e manjericão. Para finalizar a refeição, fruta fresca da estação e doces, entre os quais cheesecake, farófias com molho de caramelo e pastéis de nata.

 

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O brunch requer reserva prévia e os pratos irão variar todos os dias. A mim já me abriu o apetite. E vocês?

 

Nota: A foto do brunch é meramente ilustrativa. Não é representativa do brunch servido no restaurante do Museu do Oriente

O Pratinho (pouco) Feio

Festas de aniversário de amigos são sempre boas oportunidades para conhecer espaços novos na restauração lisboeta. Há uns dias, numa dessas ocasiões,  conheci o Pratinho Feio. Situado na zona de Santos, o restaurante abriu em setembro de 2014. Tem ambiente descontraído e acolhedor, com uma decoração clássica e de traça antiga.

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É um restaurante de cozinha portuguesa com produtos nacionais selecionados, mas confeccionado com um toque arrojado. Visto que era um jantar de grupo a escolha não à carta, mas havia umas opções pré-definidas: Crumble de Bacalhau, Coxinha de Frango assado com molho de papaia e batata doce assada e uma opção vegetariana mas não que lembro qual... (a minha memória já não é o que era).

Nas entradas, além das cestinhas com pãozinho maravilhoso (sim sou grande fã de pães, em particular os de misturas de cereais), azeitonas bem temperadas e manteiga aromatizada com ervas, tínhamos ainda crocantes com tomate e orégãos. Uma delícia!

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No prato principal, a minha escolha foi para o Crumble de bacalhau. Como ia jantar decidi-me pelo peixe para ser mais saudável (e também porque ando a tentar diminuir o consumo de carne). O crumble é uma espécie de bacalhau com broa, contudo a crosta de pão que cobre o bacalhau tem uma consistência mais crocante. Estava bom, mas salgado para o meu gosto (e não fui a única a notar este ponto na confecção) . O vencedor da noite foram as Coxinhas de Frango assado com molho de papaia e batata doce assada. Foi a escolha que reuniu mais interessando e recebeu muitos elogios. Não provei mas tinha óptimo aspecto.

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As sobremesas é terão que ficar para uma prova posterior já que o bolo de aniversário era um imperativo.

O Pratinho Feio é um espaço simpático e acolhedor que merece uma visita mais calma. Mas não me posso esquecer que para a próxima visita tenho que chegar cedinho, já que estacionar em Santos é uma dor de cabeça.

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Nota: as fotos do restaurante foram retiradas da da página de facebook do mesmo. As fotos dos pratos são da minha autoria, desde já as minhas desculpas pelo enquadramento.

 

Na Dona Tília não há só chá

Dona Tília-Casa de Chá já tem mais de um ano, mas ainda não conhecia este espaço em Lisboa. Situada próximo à Praça de Espanha (junto ao IPO mais precisamente), a casa da Dona Tília é uma casa de chá/restaurante acolhedora, de decoração vintage, e não se deixem enganar pelo nome, não é só casa de chá. Também há almoços e jantares.

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Fui desafiada para lá ir jantar e... por onde começar. Só de me lembrar até fico com água da boca. Antes de ir à comida, tenho que referir que o ambiente é muito agradável e afável. Quase parece que estamos em casa. Aliás, o Nuno e o Bruno, quando chegamos ao restaurante, fazem questão de nos receber como se estivéssemos numa casa de amigos de longa data. O restaurante está divido em três áreas. Uma primeira sala com entrada directa da rua, o espaço com a decoração mais ao estilo café, digamos. Avançamos pela casa da D. Tilia e temos uma segunda sala mais reservada, com harmoniosas andorinhas na parede e um sofá que apetece ficar horas sentada na conversa. O pátio também foi aproveitado para espaço de restauração e para quem fuma, o local ideal para ficar (ou fazer umas incursões durante a estadia). 

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 Ficamos pela sala das andorinhas onde na companhia de um maravilhoso “Papa Figos” começámos as hostilidades...

Ai ai ai... O Nuno e o Bruno decidiram apresentar-nos um mini-menu de degustação. Nas entradas Tiborna de Bacalhau estava deliciosa. Foi a primeira vez que provei esta iguaria e fiquei fã. Os Ovos Mexidos com Cogumelos também não ficaram atrás.

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Bom, mas ainda tínhamos mais umas coisinhas para experimentar: o Hambúrguer ao estilo da Dona Tília... Nham e mais um mundo de onomatopeias que consigam traduzir aquele hambúrguer!

Entre as sobremesas, o cheesecake olhou-me ternamente, mas optei pelo Bolo Folhado com Doce de Ovos (de comer e chorar por mais) e uma colherada no Pudim de Ovos (acho que ainda não disse comer e chorar por mais, pois não?) ... Espero que o Cheesecake não tenha ficado chateado comigo, pois para a próxima quer dar-lhe uma trinca.

 

É garantido o regresso à Dona Tília mas da próxima para um chá de outono com direito a scones e bolos de lanche...

Fogaças de Palmela... Sabem o que é?

Sim, vou falar de comida mas não sou "um blogue de "culinária". Quanto muito de gulodice.

Há alguns anos, tive o prazer de trabalhar com Virgílio Nogueiro Gomes, investigador em História da Alimentação e professor de Gastronomia. No seu mais recente livro, " Doces da nossa Vida" (editora Marcador), deparei-me com um doce que fazia, e faz, as minhas delícias: as Fogaças de Palmela.

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As Fogaças de Palmela fazem parte dos sabores da minha infância e que me fazem recordar as férias de Verão. Um bolo seco, doce, feito à base de massa de pão e com condimentos como sumo de laranja, aguardente, canele e erva-doce.

E neste livro descobri a razão porque este bolo tem a forma de mãos, animais, frutos... As fogaças eram feitas para fazer pedidos a Santo Amaro, assinalado a 15 de Janeiro. Nesse dia, na igreja paroquial, as foçagas eram benzidas e correspondiam a promessas formuladas àquele santo e que, de harmonia com o problema que havia originado a promessa, se revestiam de formas diferentes mas, em qualquer caso, evocativas da aflição...

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Se nunca provaram, acreditem em mim: são de comer e chorar por mais!

Imagens: site Câmara Municipal Palmela

 

Bienvenidos al México

Gosto muito de gastronomia mexicana... Bem sou fã de margueritas é melhor começar assim, e convém ter comida a acompanhar.

Fora de brincadeiras, há uns dias experimentar o restaurante Las Ficheras no Cais do Sodré em Lisboa. Sendo Verão e hora de almoço o restaurante não estava cheio. À noite a casa deve estar mais composta.

Falando na casa, adorei a decoração. Aqui não há os sobreros e mariachis que habitualmente decoram os restaurantes mexicanos por estas bandas, como se entrassemos numa cantina de um western dos anos 50. Neste campo Las Ficheras marca pontos pela originalidade e modernidade.

Exitem inúmeras máscaras dos míticos luchadores da lucha libre mexicana, a versão "hispânica" do wrestling. As máscaras são muito usadas na lucha libre. Inicialmente eram simples com cores para distinguirem um lutador de outro, actualmente são muito mais coloridas e com desenhos de animais, deuses, heróis antigos qual máscara cerimonial azteca e identificam o luchador durante a sua carreira. As máscaras estão dispostas em pequenos nichos ao longo de todo o restaurante, conferindo um ambiente underground ao espaço.

Ainda no campo da decoração, além das máscaras há algumas imagens de Caveiras do Día de los Muertos, coloridas, floridas, estilizadas como é suposto serem. Ao contrário da visão europeia das caveiras, a caveira mexicana simboliza a vida e afasta os maus espíritos.

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Os couverts do restaurante inclui cacahuates enchilados (amendoins tostados e temperados com sumo de citrinos e chili) para quem gosta de picantes, escabeche de hongos con chile (cogumelos temperados e marinados em molho vinagrete e chili) menos picante e os tradicionais totopos (chips de milho). Com o dia estava quente e o apetite não era muito, não me aventurei elas entradas para puder experimentar os prato principal. Escolhi Flautas de pollo composto por três tortilhas de milho estaladiças, recheadas com frango, queijo fresco, acompanhadas de “salsas verde e roja”, ou seja couve roxa alface laminhadas. O prato estava muito bom fresco e "fugiu" às feijoadas e molhos de natas que mais comuns.

Ah e obviamente a bebida foi a Marguerita La Fichera, no seu formato tradicional, mas com a inovação de ter pimenta de caiena no rebordo do copo para além do sal. Um toque bastante interessante!

O serviço foi bastante bom, o staff é simpático e os tempos de espera perfeitamente normais para a confecção no momentos. Fiquei com vontade de lá voltar e experimentar novos pratos.

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Vamos ao Mercado?

Eu sou do tempo em que os mercados eram os "supermercados" onde se faziam as compras do dia. Em criança, fui muitas vezes com a minha mãe ao mercado no sábado de manhã, fazer as compras da semana: os legumes e frutas frescos, o peixe acabado de vir da lota... Mas os tempos mudaram e os mercados começaram a ficar desertos, abandonados.

Por isso achei bastante interessante quando há uns dois anos (se a memória não me falha) o Mercado de Campo de Ourique foi reabilitado, passando a ter uma oferta de restauração, seguiu-se o Mercado da Ribeira, cuja reabilitação foi promovida pela revista Time Out... E agora temos o Mercado de Algés...

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Agosto, dia de semana, hora de almoço, pouca gente: pensei eu e os meus colegas no trabalho quando decidimos dar um salto até lá... Grande engano!

Cerca de um mês depois de ter sido inaugurado, a zona de restauração do Mercado de Algés estava muito cheio à hora de almoço. Quer no interior, quer na esplanada exterior um dos pontos de diferenciação dos outros mercados. A esplanada à volta do Mercado de Algés está acessível a todos os clientes e não está só limitada a alguns restaurantes. Um ponto positivo a favor deste espaço.

O Mercado mantém a zona de venda de produtos frescos, com as bancas renovadas e está separado da zona de restauração. Ou seja a zona de restauração é relativamente pequena e além dos restaurantes em volta ao centro encontram-se as mesas e cadeiras para consumo, o que torna a circulação no local um pouco dificil.

A área de restauranção está dividida em 16 espaços diferentes: 10 restaurantes, 2 gelatarias, 2 bares, 1 café e 1 pastelaria. Em termos de restauração decidi ir ao Atalho Burger House, pois era o espaço que não tinha fila. O hamburguer em bolo do caco estava bastante bom. No mercado de Algés, existem locais próprios para o pedido das bebidas, e pode ser mesmo pedidas à mesa, nas esplanadas. Como era dia de trabalho não me aventurei por cocktails ou vinho, fiquei por um refrigerante.

Para a sobremesa fomos até ao espaço da Artisani. Já me tinham falado muito desta geladaria, mas ainda nunca tinha provado nenhum gelado. E podia passar os dias comer estes gelados! Por onde começar?!

Pelos sabores mais tradicionais como morango e chocolate belga, maravilhosos! Ou o sabor tropical da manga? Ou o sorbet de limão e mangericão com vodka? Uma verdadeira delícia! A Artisani tem o que designam como "gelados com espírito": um gelado com um pouco de uma bebida espirituosa. Além do sobert de limão e magericão com vodka (fiquei fã, caso não tenham reparado), provamos ainda Chocolate com Vinho do Porto. Muito bom também!

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Em suma a experiência foi positiva! E nem que seja pelos gelados Artisani tenho que lá voltar novamente.