O pecado da “Gulli”
Já não é a primeira vez que vou até ao Gulli no Mercado de Cascais. Como é relativamente próximo do trabalho, quando há aniversários ou despedidas por vezes é o spot de eleição.
Possivelmente da primeira vez decidi não escrever sobre o restaurante porque estava supercheio e embora a música de fundo fosse boa (quando se conseguia ouvir), a acústica da sala fazia com que fosse quase impossível conversar à mesa. Desta última vez, como a visita foi à hora do almoço, o espaço estava mais vazio, o que permitiu que não gritássemos para nos ouvirmos.
O espaço no Mercado da Vila (agora estamos na moda de converter os mercados municipais em centros de restauração) tem uma decoração em tons de verde e tem uns sofás estampados que parecem retirados directamente de uma espreguiçadeira de um parque de campismo dos anos 80 – com umas folhas de palmeira ou flora semelhante também em verde. Aliás as cores da natureza são a assinatura do restaurante: há ainda uma horta vertical numa das paredes, coordenado com madeira escura, os candeeiros são cinzentos.
Decoração à parte, a focaccia servida de entrada é óptima: leve, fofinha e sente-se bem o sabor do azeite no pão. Desapareceu em segundos, mas o grupo achou melhor não pedir “refill” pois as doses são relativamente generosas e convém não ficarmos “k.o.” logo nas entradas. Decidimos passar logo ao prato principal – almoço em dia de trabalho não dá para nos esticarmos muito nas opções gastronómicas. Ora sendo o Gulli um “ristorante pizzeria napoletana” o menu tem, obviamente, maioritariamente pizzas e pasta.
As pizzas têm a massa fina – o que é muito bom, odeio aquelas pizzas com meio metro de massa impregnada em gordura – e são saborosas. Mas não são nada de perder a cabeça – ou pelo menos não a que experimentei. Entre os colegas houve quem adorou - de comer e chorar por mais. Na minha incursão anterior, tinha experimentado os raviollis - bons, mas não fabulosos... A comida é boa, o serviço é normal. Para repetir? Talvez, mas não é nenhum pecado da Gula.